(IN)Segurança

Sabe quando se tem lá pelos 10 anos de idade e sempre nos pegamos a imaginar como seremos daqui a muitos anos?? Como seremos fisicamente, como estaremos vivendo a vida, como estarão nossos amigos, estudos, enfim, coisa que, imagino eu, toda criança faz sem medo de dar asas à imaginação e sem medo de um futuro incerto. Imagina só por imaginar.
O tempo imaginado chega sem demora e o tempo livre de usar a imaginação nem existe mais. O que passou nesse período pode não ter sido tão traumático assim. Talvez os poetas que me acompanharam tenham me falado das difíceis decepções e as músicas me contado alguns segredos da vida, mas a minha ingênua interpretação nem tenha notado esses detalhes. Quem sabe até Freud ou Jung tenham me alertado para os sintomas da minha loucura, pois querendo ou não, é hora de fazer “tudo ao mesmo tempo e agora”, sem a ajuda de pai, mãe ou poetas.
Posso estar enganada, mas entre tantas perturbações emocionais existe um certo Chico de olhos verdes que me compreende muito bem (ou seriam olhos azuis?). Enfim, O fato é que há dez anos atrás a minha mente fértil não me imaginava tão segura (ou insegura) de si para insistir em loucuras tão sólidas. É como se toda aquela imaginação tivesse a obrigação de se tornar concreta, e aí sim eu percebo que por mais que seja prazeroso sonhar, a caminhada daquela menina será bem mais difícil do que a sua fantasia disse um dia.
Quem sabe talvez não esquecer de ser eu mesma e procurar entender os corações ao meu redor sejam os meus dois objetivos mais importantes. Tarefa essa muito difícil quando se tem muitas em um só coração pulsante, tarefa essa que certamente uma menina de 10 anos não se preocupa em compreender, se preocupa apenas em passar o tempo com aqueles que ela jura que serão seus eternos e fiéis amigos.
Mas talvez eu esteja sempre aprendendo a amadurecer o meu coração com as voltas que a vida dá. Talvez o tempo não pare e espere que eu saiba todas as respostas pra que ele continue voando. Talvez apenas amar só por amar é o que me faz bem. Talvez aquela garota continue pensando sobre como será daqui a alguns anos, mas dessa vez com mais segurança. Talvez por sorte, azar ou por destino eu ame toda essa loucura de reflexão sobre a vida.
Mas lembre-se, tudo isso é só TALVEZ.